segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Doutrina Espírita

O Brasil é um país multicultural, onde sua sociedade possui os mais diferentes mosaicos e etnias culturais. Existem no Brasil varias manifestações religiosas porém vou tratar aqui de uma que é vista por um grande preconceito, principalmente por aqueles que não a conhecem; o Espiritismo.

Gosto de chamar o espiritismo de ciência da observação e doutrina filosófica, pois no meu ponto de vista é uma ciência que consiste de relações que se estabelecem entre nós e os espíritos; como filosofia, compreende todas as conseqüências que dimanam dessas mesmas relações.

O Espiritismo, doutrina que surgiu em 1857 com o lançamento de "O Livro dos Espíritos" na França, tem por pedra fundamental a chamada reencarnação. Pela teoria, todos os seres humanos são espíritos reencarnados na Terra para evoluir. A morte seria apenas a passagem da alma do mundo físico para o mundo espiritual. Muitas pessoas confundem Allan Kardec, o codificador do espiritismo, com o pai religioso da doutrina espírita, como se esta fosse uma religião e tivesse um iniciador. Com o espiritismo, as coisas foram bem diferentes. Os fatos espíritas espalharam-se por todo o mundo e os ensinos que os espíritos davam, por intermédio de numerosos médiuns, eram conformes, sem que os médiuns se conhecessem ou se tivessem contatado. Nasce assim a doutrina espírita ou doutrina dos espíritos mais propriamente, pois foram estes que a trouxeram aos homens. Daí, o espiritismo não ter paternidade terrena. Ninguém é seu autor, mas sim a falange de espíritos superiores que vieram trazer a Terra o Consolador prometido por Jesus, há dois mil anos.

O Espiritismo chegou ao Brasil no ano em 1865. Hoje, o País é o que reúne o maior número de espíritas em todo o mundo. A Federação Espírita Brasileira – entidade de âmbito nacional do Movimento Espírita – congrega aproximadamente dez mil Instituições Espíritas, espalhadas por todas as regiões do País. Um dos primeiros e mais famosos entusiastas da nova prática religiosa foi Bezerra de Menezes, que ao converter-se à nova crença acreditava estar vivenciando o ápice da fé cristã. Essa figura histórica do espiritismo brasileiro abraçou a nova religião influenciada pela vivência com o médium João Gonçalves do Nascimento, que praticava curas na cidade do Rio de Janeiro.

A grande aceitação da prática espírita se deve à sua capacidade de articular elementos cultos e populares, onde uma pessoa de origem simples poderia incorporar figuras de prestígio. Muitos dos adeptos daquela época insistiam em assinalar como a nova religião andava em acordo com os princípios liberais e científicos em voga no período. Um exemplo claro dessa associação pode ser vista no fato de muitos republicanos e abolicionistas simpatizarem com o espiritismo.


O crescimento da doutrina espírita no Brasil ganhou novo fôlego, principalmente, ao surgimento de uma figura emblemática dessa religião: o médium Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier. Por meio de suas obras psicografadas, passou a popularizar ainda mais o espiritismo. Entre suas obras, podemos destacar “Brasil, Coração do Mundo Pátria do Evangelho”, onde ele narra a intervenção dos espíritos em diferentes acontecimentos da história nacional.

Para o Espiritismo Deus é a "causa primária", inteligência suprema que criou o universo e as leis que o regem. Uma delas, além da reencarnação, seria a lei de causa e efeito, também chamada "carma" pelos hindus. Tal lei funcionaria ao lado da reencarnação. O objetivo do espírito, criado "simples e ignorante" por Deus, é chegar à perfeição. A falta de experiência o levará a erros durante esse caminho, e a lei de ação e reação o obrigará a reparar suas faltas para voltar ao bem. A reencarnação, portanto, seria a forma do espírito corrigir os erros que cometeu em outras vidas e dar mais um passo rumo à perfeição.

O espiritismo também prega a pluralidade de mundos, baseado na frase de Cristo: "A casa de meu Pai tem muitas moradas". Todos os planetas do universo seriam habitados, pensar o contrário, segundo o espiritismo, seria questionar a inteligência de Deus, que teria criado outros planetas apenas para embelezar o céu terrestre.

A doutrina também prega a inexistência do céu e do inferno como concebidos pelo catolicismo. Segundo o espiritismo, existem vários planos vibratórios, dos mais inferiores aos mais elevados. Durante sua evolução, o espírito transita entre esses diversos planos.

Pensar na figura do diabo também seria questionar o poder e a inteligência de Deus, já que o criador de tudo o que existe no universo não criaria outro ser capaz de disputar com ele ou fazer mal às suas criaturas. A doutrina kardecista, como também é chamada, questiona também a existência do mal, assim como a escuridão é a ausência da luz, o mal seria a ausência do bem, do entendimento do bem.

Jesus Cristo também é diferente para o espiritismo. O católico considera Jesus como a "encarnação" de Deus na Terra. O espírita acredita que Deus é criador, e Jesus é criatura. O Cristo seria um espírito muito evoluído, responsável pelo planeta Terra e pelos espíritos que nele habitam diante de Deus.

O amor, a caridade e o respeito são palavras que o espiritismo emprega, se uma religião coloca Deus como ser supremo com certeza não devemos ter preconceitos.

Chico Xavier foi é sempre será o maior representante dessa doutrina, pois se muitos consideram a mediunidade uma doença; saiba que não é; pois pesquisadores relatam que a doença esquizofrenia nada tem haver com mediunidade.

Escrito por: ANDRÉ ARAÚJO COSTA


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